Planejamento: você sabe fazer?

Nos últimos tempos muito se tem falado em planejamento. Seja qual for o assunto, esta palavra é repetida tomada como sendo a solução de todos os problemas. Mas será que o planejamento por si só é capaz de resolver ou evitar transtornos em nosso dia-a-dia?

Seja nas atividades caseiras ou profissionais, seja em âmbito financeiro ou organizacional, ou ainda em relação aos estudos ou carreira, o planejamento é importante para que se obtenha um resultado mais objetivo, claro e, talvez, mais rápido.

O que é planejar? Planejar é, me perdoem os linguistas e professores de português, quase um sinônimo de pensar. Neste caso, é um pensar no futuro. Ao se definir sobre o que vai planejar, você deve pensar em cada uma das etapas a serem seguidas considerando os possíveis problemas ou dificuldades que enfrentará e estipulando os resultados que pretende alcançar. Isso dá trabalho, mesmo que o assunto a ser planejado seja simples. E essa é a principal razão das pessoas não gostarem de fazê-lo. Pensar, para muitos, é cansativo e desnecessário pois é mais tranquilo ir fazendo ajustes na trajetória conforme as situações vão aparecendo, ou melhor, “ir levando com a barriga” como se diz popularmente.

Mas mesmo esse “levar com a barriga” não deixa de ser um planejamento. Por exemplo, ao decidir sair de casa para abastecer seu carro você já sabe em qual posto vai fazê-lo. Mesmo que inconscientemente, estabelece o caminho que fará para chegar lá e dependendo do horário saberá se este caminho terá congestionamento ou outra dificuldade, então decide que se a rota 1 estiver ruim, você seguirá por ruas alternativas. Isto é planejar, sem dor e sem traumas.

Então porque relutamos tanto em planejar nossas finanças pessoais? Em estabelecer nosso plano de desenvolvimento profissional? Fazer uma planejamento familiar? Talvez a resposta esteja na palavra educação. Planejar não faz parte do que aprendemos na escola, não se dá importância a algo que não faz parte da cultura geral do brasileiro. É muito mais importante a música e ouví-la bem alto para incomodar os vizinhos, o futebol que apenas traz despesas pessoas e alegrias momentâneas, as festas e suas bebedeiras, os namoros, enfim tudo o que a população costuma fazer para obter resultados instantâneos. E no ato de planejar estes resultados são futuros, muitas vezes longínquos e isso nã está de acordo com a formação cultural.

Cito alguns exemplos de planejamento que deveriam fazer parte da vida de todas as pessoas, independente de sua faixa econômica: se deve começar a pensar em aposentadoria deste o primeiro emprego; se deve pensar em saúde desde antes de seu filho nascer; se deve pensar em funeral enquanto está vivo; se deve pensar em carreira quando se começa a estudar... e por aí vai.

Cabe a cada um de nós, em nossas vidas pessoais ou nos locais onde trabalhamos começarmos a mudar esta filosofia. Devemos lembrar que uma volta ao mundo começa com o primeiro passo.

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