Um novo paradigma para o conhecimento

A ciência tem como função descrever e tentar explicar o que ocorre na natureza exatamente da forma como acontecem. Há uma frase de Demócrito que sintetiza esta concepção: “A função da Ciência é descrever a natureza como ela é, e não da maneira que gostaríamos que fosse.” Além de sintetizar a definição, é tida também como um pilar do pensamento científico.
Sempre que observamos algum fato, que contraria a teoria, devemos abandonar ou modificar a teoria. Uma teoria cientifica é sempre uma hipótese, pois mais cedo ou mais tarde, aparece um fato que irá destruí-la. Quando uma teoria é destruída, transforma-se em um mito. Toda teoria tem que funcionar na pratica, pois se a idéia não funcionar, é um mito.
Para a validação de qualquer teoria, é absolutamente necessária a existência de um ou mais experimentos reprodutíveis que a sustente, é importante ressaltar que os experimentos devem estar estruturados sob a ótica científica. A ausência ou insuficiência de experimentos e sua reprodutibilidade ou observações de fenômenos naturais impedem que qualquer hipótese possa alcançar o nível de teoria.
A análise acima no leva a refletir sobre como o ser humano deve proceder para entender, ou ao menos tentar, os fenômenos físicos naturais, aqueles causados por suas próprias ações, intensionais ou não, e também aqueles considerados além do atual estágio de desenvolvimento intelectual atual.
O ser humano se diferencia dos outros seres exatamente pela sua capacidade de conhecer. É o ser que supera a sua animalidade com a racionalidade. Assim, ao entrar em contato com a realidade, imediatamente captura-a em relação ao seu próprio eu, à sua cultura, à sua história. Por aí evolui o conhecimento humano. Quanto mais evolui o conhecimento, mais se afirma como diferente dos outros seres. Quanto mais evolui o conhecimento, mais se conhece e se elabora.
Portanto, o conhecimento é uma forma de estar presente fisicamente no mundo. O que distingue o conhecimento científico do senso comum é, antes de tudo, a desconfiança que a ciência tem das certezas aceitas com facilidade, da aderência imediata à coisa, da ausência de crítica, da aceitação natural e da falta de curiosidade.
Mas a ciência não é suficiente para explicar o sentido geral do universo. O ser humano busca essa explicação através da filosofia. A concepção filosófica é especulativa e não oferece soluções definitivas para as várias questões formuladas pela mente humana.
Entremeada com a religiosidade, a filosofia dá ao ser humano a o embasamento para o preenchimento das lacunas que a ciência ainda não foi capaz de cobrir. Sem explicações lógicas ou racionais para uma determinada situação, o ser humano utiliza os conceitos filosóficos para tentar entender e muitas vezes recai na religiosidade para encontrar uma explicação aceitável para o evento, mesmo que muitas vezes ela não pareça coerente ou realista.
Toda esta construção de raciocínio vem de um processo lógico de ligação de eventos passados e conclusões baseadas em análise. Este conjunto ações é definido por alguns autores como sendo o processo de arquitetura do conhecimento.
E o processo do conhecimento mostra ao homem que ele jamais é alguma coisa pronta na medida em que está, sempre nascendo de novo quando tem a coragem de se mostrar aberto diante da realidade que lhe é apresentada.
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